Como entender os exames para COVID-19

Existem três métodos para confirmação do diagnóstico de COVID-19: PCR, sorologia e os testes rápidos.

A PCR (reação em cadeia de polimerase) é feita, de preferência, em uma amostra coletada da nasofaringe. Se o paciente estiver infectado, a PCR transforma e amplifica o material genético do coronavírus para que possa ser detectado por sondas específicas. Assim, o resultado positivo indica que a pessoa está infectada pelo coronavírus e o resultado negativo mostra que a pessoa não está infectada. Esse exame deve ser realizado entre o terceiro e décimo dia depois do início dos sintomas; fora disso, há muito pouco material genético viral e o resultado pode ser falso-negativo. Portanto, a PCR é positiva enquanto o vírus está ativo no organismo do paciente que, então, deve ser tratado (às vezes até internado) e ficar em isolamento social.

A sorologia detecta anticorpos, principalmente IgM e IgG, que são substâncias altamente específicas feitas pelo próprio organismo em resposta a uma infecção. Esse exame é feito em uma amostra de sangue, que deve ser colhida pelo menos 10 dias após o início dos sintomas. O sangue coletado antes desse período pode gerar um resultado falso-negativo, justamente porque o corpo não teve tempo de produzir os anticorpos. Um paciente com resultado negativo (não reagente) para IgM e IgG nunca teve contato com o vírus. A presença de resultado positivo (reagente) indica que a pessoa já encontrou o vírus em algum momento de sua vida. Esses dois anticorpos permitem uma estimativa do tempo transcorrido desde a infecção: IgM indica uma infecção recente e IgG, a infecção mais antiga. Além disso, como pessoas sem sintomas ou com quadros leves de COVID-19 podem não apresentar anticorpos em quantidades suficientes para a detecção pelo exame (ou seja, ter resultado falso-negativo), o resultado da sorologia deve ser confirmado pela PCR.

Os testes rápidos podem detectar tanto o coronavírus quanto os anticorpos produzidos em resposta à infecção. São similares a testes de farmácia para gravidez: uma lâmina de nitrocelulose (parecida com um pedaço de papel) reage com a amostra e, em caso positivo, surge um sinal visual. Embora tenham a vantagem da rapidez e sejam aprovados pela Anvisa, segundo o Ministério da Saúde, os testes rápidos têm margem de erro de até 75% para resultados negativos. Por isso, o resultado negativo no teste rápido gera incerteza e insegurança na determinação da necessidade de isolamento social, fazendo com que alguns especialistas sejam contras sua utilização.

Nesses tempos sombrios, conte com seu médico para indicar e interpretar os exames para detecção de COVID-19. Além disso, siga as recomendações do poder público de sua região, use máscaras e luvas, higienize as mãos com água e sabão ou álcool em gel e, se puder, #fiqueemcasa.

Dr. José Luiz de Oliveira e Prof. Dra. Renata Scavone, PhD

A Prof. Dra. Renata Scavone é Diretora Científica da Clínica Psiquiátrica de Mogi das Cruzes desde 2003. Formada pela USP, seus trabalhos sobre Paracoccidioides brasiliensis foram publicados em jornais como Medical Microbiology and Immunology e FEMS Immunology & Medical Microbiology.

Outras Línguas

English: Understanding COVID-19 test results

Este site usa um cookie de sessão para auxiliar na funcionalidade do site, e nenhum outro cookie. Este site não usa google ads, analytics, remarketing, ou qualquer outro tipo de cookie de mídia social. Sua navegação não é compartilhada com outras empresas. Leia a nossa política de cookies e privacidade.